8min46seg de fama!

No dia 25 de maio de 2020, Derek Chauvin, um policial de Minnesota nos Estados Unidos, iniciou mais um dia de serviço. Sem entrar no mérito de sua personalidade ou caráter, ele certamente achava que aquele seria mais um serviço em que repetiria todos os seus procedimentos, legais ou ilegais, e que ao final da jornada, voltaria para casa incólume. Mas, durante o seu turno de serviço, 8 minutos e 46 segundos lhe tornou o famoso mais odiado dos últimos 12 dias.

Definitivamente, o dia 25 de maio de 2020 não foi um dia comum para Derek Chauvin, um anônimo policial de uma corporação, pois ele não apenas ganhou a demissão sumária da corporação à qual servia há quase 20 anos, como também a denúncia por crime de homicídio, a prisão e até o pedido de divórcio de sua mulher. Chauvin provocou uma crise sem precedentes para toda humanidade.

Milhões de pessoas foram às ruas dos Estados Unidos protestarem e provocaram destruição no comércio. A atitude de Chauvin estimulou manifestantes em outros vários países do mundo, provocou crise entre o presidente americano e o Pentágono, órgão mais emblemático e poderoso dos Estados Unidos.

Essa simples reflexão podemos trazer para a polícia brasileira, especialmente para a minha polícia, a PMRN. Se uma polícia americana que, em tese, dispõe de todos os recursos possíveis e imagináveis, não teve a capacidade de, nos seus setores de recrutamento, formação e controle disciplinar, evitar que um anônimo policial provocasse todo esse desmantelo humano, social e internacional, o que esperar das polícias brasileiras? O que esperar da PMRN, que há 16 anos não recruta oficiais? Como o cidadão acha que está a nossa política de formação e controle disciplinar? Será que nossos governantes estão esperando surgir um Derek Chauvin em nossa terra? Deus nos proteja! a pandemia não pode ser culpada por esse caos, afinal são 16 anos sem recrutar aqueles que pensam, formam e fiscalizam a bicentenária PMRN!

Antoniel Moreira – Major PM Especialista em segurança pública.